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Poema Jornada

            Jornada

Sentei-me hoje, na janela da vida

Não quis olhar para fora.

Debrucei-me no íntimo, consentida,

A mirar os resquícios de outrora.


Vislumbrei lembranças adormecidas

Labaredas de amores fugidios

Banindo da alma a esperança

De sentir o enlevo pueril.

 

Olhei-me na névoa adolescente

Ascendendo paixões à eternidade

Ao cimentar a dor constante.

Chorando ao sol, na cumplicidade.

 

Sinto-me com o coração na alma

Em batidas frenéticas, saudoso!

A admirar na batida mais calma

O cerrar do momento luminoso.

Jaine G. Scheffer

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